quinta-feira, 16 de abril de 2009

A MINHA EXPERIÊNCIA
Era mais um ano lectivo que ia começar, e uma nova realidade a conhecer…
Como é hábito em Setembro reuni com os Pais das crianças, fazendo assim o primeiro contacto com os Encarregados de educação dos que irião ser “ os meus alunos”.
No final da reunião e após tudo ter decorrido dentro da normalidade um casal aproximou-se de mim e disse: “ - … o nosso filho é diabético.”
O meu pensamento foi: “ E agora?”
Quando tirei o curso estudei várias doenças relacionadas com o desenvolvimento das crianças e das suas aprendizagens mas nunca se falou em crianças diabéticas. Leccionei por vários locais no nosso país incluindo Madeira e Açores mas nunca tive alunos diabéticos.
Então logo nesse dia, fui recolher informação e investigar o problema.
Os Pais logo de início deram-me a informação essencial e depois com o passar dos dias fui aprendendo a lidar com a situação.
O aluno tinha acabado de entrar para o primeiro ano e ainda não sabia ler os valores. Eu limitava-me a cumprir o que os Pais me iam solicitando. Tentava fazer o melhor que podia porque era fundamental eles confiarem em mim e estarem minimamente descansados enquanto o filho estivesse na Escola.
Por vezes há o receio que a qualquer momento algo possa falhar, mas isso certamente também acontece em casa.
A criança na sala de aula é um aluno igual aos outros e faz tudo o que os outros fazem.
Geralmente lancha quinze minutos antes dos colegas, mas isso em nada interfere o normal funcionamento das actividades.
Á saída para o almoço tem que se picar mas isso é um ritual que faz parte, tal como lavar as mãos antes de comer.
De vez em quando a criança tem quebra de valores entre as catorze e trinta e as quinze horas, mas já conheço tão bem os sinais que ás vezes basta uma troca de olhar para saber que o melhor é ir picar.
Houve colegas que no inicio me assustavam e me diziam: “ … e se ele entrar em coma?”
Mas os próprios Pais sabem que isso pode acontecer tanto na Escola, como em casa, como noutro local qualquer.
É preciso é estarmos atentos, com o vigiar permanente e a colaboração incondicional dos Pais. A sintonia entre Professor e Pais é fundamental.
Está a ser um desafio e uma experiência marcante porque se voltar a ter um aluno diabético já tenho a lição estudada.
Maria da Conceição Andrade Silva
(Professora Primária)

4 comentários:

Anónimo disse...

Como mãe de uma adolescente diabética há pouco mais de dois meses, sou a felicitar a sra. professora pela actitude e motivação que teve em ajudar a criança e os pais.
É necessário actuar rápido quando surge a situação de uma criança ou adolescente tornar-se diabético e a importância da comunidade educativa, principalmente docentes e não docentes, saberem e sensibilizarem-se de como lidar com a diabetes tipo 1

Sónia Valença disse...

Como esposa e mãe de diabéticos, ainda há muito por fazer porque não basta termos os professores e muito bem a colaborar connosco, mas também há que haver mais sensibilização para este tipo de doença para com a comunidade escolar em geral incluindo pais e encarregados de educação, porque quando a diabetes aparece na idade das goluseimas, é dificil combater com os chocolates, chipicaos, bolachinhas, etc.... nos recreios das escolas, há que educar os pais para uma alimentação saudável.

Sónia Valença disse...

Como esposa e mãe de diabéticos, ainda há muito por fazer porque não basta termos os professores e muito bem a colaborar connosco, mas também há que haver mais sensibilização para este tipo de doença para com a comunidade escolar em geral incluindo pais e encarregados de educação, porque quando a diabetes aparece na idade das goluseimas, é dificil combater com os chocolates, chipicaos, bolachinhas, etc.... nos recreios das escolas, há que educar os pais para uma alimentação saudável.

disse...

Boa tarde, somos uma estudantes de medicina de USC e queriamos pedir a sua colaboração no trabalho de Psicología Medica que tem como tema "O día em que estive doente". A pregunta essencial é: Como se sentem os pacientes com a sua doença? Cómo reaccionam, em geral, ao receber a noticia de que estão doentes e se acham que são discriminados pela sociedade por ter esta doença.
A sua opiniao en apenas algumas frases ajudaria muito o nosso projecto.
Muito obrigado pela sua atenção.
Ricardo Arraiol
Mariana Fernandes Caboz
Tiago Fernandes Canas
Joana Moreira
Maria Carolina dos Santos